Escutismo


73: Uma só patrulha

Baden-Powell (BP) – fundador do Escutismo e autor do livro que lançou as suas bases, Escutismo para Rapazes - dizia que o fim último do Escutismo era desenvolver o indivíduo em todas as suas facetas, dando-lhe oportunidade para crescer, pondo-se à prova e aceitando desafios. Uma montanha aparentemente grande demais. Um caminho aparentemente longo demais. Durante os seus 50 anos, o 73-Carnide tem procurado cumprir o objectivo traçado por BP com cada um dos escuteiros que passaram pelo agrupamento. E não foram poucos.
Quando nasceu, o 73 fazia parte de uma comunidade muito diferente. Era ele, também, muito diferente. Telheiras, o Bairro Padre Cruz, a Horta Nova ou a Quinta da Luz não existiam, Carnide era quase uma aldeia que ainda estava muito agarrada às suas raízes, um bairro proletário onde havia tabernas, leitarias e lavadeiras, mas também palacetes e casas aburguesadas, conventos e quintas que tinham ficado de outros tempos. O Seminário da Luz, claro, já cá estava e, com ele, o Padre Francisco, que foi um dos fundadores do agrupamento, um dos a ver que o Escutismo podia resultar nesta comunidade. “No princípio as coisas foram difíceis”, contou-nos o Chefe Vieira, que durante mais de duas décadas liderou o agrupamento que ajudou a fundar e onde foi escuteiro 35 anos. “A Igreja de São Lourenço, já na altura a sede, tinha coelhos e galinhas, e as pessoas de Carnide iam ver televisão para o café porque a maioria não a tinha em casa.” Nestes 50 anos, muita coisa mudou, mas outras houve que se mantiveram – a sede, a ligação dos escuteiros à paróquia, as procissões anuais, as Janeiras, os Guitar Jovem, os cafés-concerto, o orgulho de fazer parte deste “bairro” que é tão especial.

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