E agora o que fazemos

Duzentos e cinquenta anos após o terramoto que destruiu grande parte da cidade de Lisboa, a capital ainda não dispõe de uma verdadeira Carta de Risco Sísmico, que cruze toda a informação disponível sobre solos, parque edificado e infra-estruturas subterrâneas. Apenas o Plano de Emergência elaborado pelo serviço municipal de protecção civil dispõe de "uma aproximação muito razoável" desse documento, no capítulo das "áreas críticas de risco", considera Carlos Sousa Oliveira, presidente da Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica (SPES).
Entre as áreas que seriam mais duramente atingidas por um sismo figuram algumas ocupadas por novas urbanizações, como o Parque das Nações e algumas zonas do Lumiar. A restante zona ribeirinha oriental, desde o Jardim do Tabaco a Xabregas, Beato e Matinha, e a zona ribeirinha ocidental, de Algés a Pedrouços, Alcântara, Santos-o-Velho, S. Paulo e Cais do Sodré, estão também incluídas nas áreas de maior risco.
O Chiado e a Baixa, a colina do Castelo e a Graça, a Av. da Liberdade, Praça da Alegria, Santa Marta e Pena, e ainda a Av. Almirante Reis, do Martim Moniz, passando por Anjos, Arroios, Penha de França seriam igualmente muito afectados, a par do Vale da Estrada de Benfica e alguns pontos do Lumiar, de Carnide e do Vale de Chelas.
"Ter uma carta única seria muito vantajoso, para se ter uma ideia um pouco mais concreta de como planear a emergência e até para ser usada em termos de ordenamento do território", afirma Sousa Oliveira, especialista em engenharia sísmica que foi um dos pioneiros a trabalhar na área da prevenção e da redução do risco e que participou também nos estudos desenvolvidos pela Câmara Municipal de Lisboa.

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