Por de tras do espelho quem está?

Que horror de esconderijo. Que me oculta da verdade.
Trago em mim um pouco da vaidade. Saudade com sabor a sal
De um golpe que golpeia sem piedade. Num corpo desfalecido por um golpe deferido
De um dia que não acaba e por uma tarde que já foi embora
A lua já nasceu. Os dias encurtaram e a escuridão venceu a luta
Cama que me deito num lugar que se perde no meu peito.
Caminho numa luz que ilumina e sulca na terra um rasto perfeito
Conto contigo. Pensamento proibido. De uma frase proferida pela boca fora
Cabelos oscilantes que se modificam e entrelaçam com os brancos que já são demais.
Magia dos dedos que iludem uma magia. Que transformam os fantasmas em fadas.
Vagueio. E caminho ao longo de uma rua. Que tem o nome de uma fantasia.
Venenos. Símbolos e sinais. Punhais crivados nas costas
Castigo que me atormenta e que me conduz ao longo de um mapa
As nuvens acompanham-me e pedem clemência. Tempo que me deu paciência
Fantasmas que me atormentam e sentimentos que me alimentam
E que me perseguem no caminho que abro á custa de uma espada.
Lágrimas rolantes que molham os olhos e escorrem por entre os molhos de ervas gigantes.
Canções que ouço. Refrão que se confunde com um cifrão.
Cruz na mão que me salva dos vampiros e por entre suspiros me molha a alma.
De que serve uma mata! Se o sol não a ilumina.
È como um machado sem gume. Mas manchado de sangue.
Árvores decepadas. Incêndios ao longo das estradas. E escarpas de onde escapas
Mendigando por uma quebra de tempo. Noite inconstante que me foge por entre os dedos.
Prostitutas errantes que mendigam clientes. Ciganos obedientes que abandonam a estrada
Homens que nunca enganam mas que bebem venenos.
Sociedade imperfeita que se estende na vida. Tapete de Portalegre que me deixa triste.
Pedalo caminhos e ouço os sinos. Chamamento que eu não ouço.
Caio no chão.
E no poço da vida afogo a minha tristeza.
Sorvo a água que vomita os meus pecados.
Coração aos pecados que se despedaça no chão.
Praça publica que me condena á solidão.
Figura estampada num cruzar de sentimentos que me turva o sentimento
E me abandona ao longo da estrada.
@BomNorte2010