Semeador de ideal que espalha o bem e afasta o mal
percorre as ruas da cidade que ganham luz antes de o nascer do dia
Guiado por um anjo da guarda.
Na sua mão leva o livro da fé, e ao peito transporta a cruz
Cruz do sofrimento, que ele consegue transformar em alimento.
Sacerdote de batina e roupão eclesiástico
Cor preta já gasta, sem o brilho de rubis
Tingido com o pigmento do pó da amargura, que o protege de uma vida dura
O sol esconde-se dele, oculta-se atrás do seu largo chapéu de cor preta duvidosa.
Apóstolo da Caridade abraça todos no seu caminho
Bate às portas devagarinho, para não acordar o menino
Truz, truz Truz, truz
Quem é?
È o Padre Cruz! Diz baixinho.
Gigante em afecto, Super-Homem do carinho
Pai dos pobres, oferece sorrisos de inocência
Afasta a indecência e conforta o pecador.
Espalha a paz, e o amor
Transmite bondade que está espelhada no seu rosto fatigado.
Cruz sem Cristo, em Cristo, e por Cristo
Ar de recolhimento e como é habitual, perdido em Deus,
Lutador de fé. Percorre os caminhos de burro, ou sobe as colinas a pé
Sente-se atraído pela intimidade divina que o faz desprender dos bens terrenos
Encontra o seu refúgio.
Divisão generoso que distribui pelos maltrapilhos
Afastando os empecilhos. Caminhando em frente.
Alimentando gente e mimando a miudagem
Homem Santo mas sempre gente.
Símbolo de Humildade e sabedoria
Enchendo as barrigas vazias, dando força às vozes que se estendem no seu caminho
Gritos de alegria à sua passagem. Reverso de uma miragem
Rosto amigo que faz sair do seu esconderijo o envergonhado. Discreto
Até o Humberto miúdo endiabrado.
Lhe faz travessuras.
Roubando-lhe a comida e a roupa que o agasalha.
Mas ele é santo! Olha e não ralha.
Tem muito jeito para gente pirralha.
È só um!
Mas vale por muita gente.
A chuva que caí, esconde a sua fadiga lava-lhe o rosto.
Descalço palmilha a terra, luta contra o vento numa luta sem generais
Sem paragem, segue viagem.
Perito em exercícios de piedade. Faz divisões em contas onde exigem multiplicações.
Rejuvenesce os rostos que se encontram envelhecidos de alma
Chama imortal da vida divina.
Nome que perdura num deserto incerto.
Pássaros que se cruzam nos céus. Guiados pela sua bênção.
Homem sem segredos. Vive tratando os seus semelhantes por iguais.
Afastou a noite nas cadeias e faz surgir o dia
Lutando contra as penas dos tribunais. Faz-nos sentir normais.
Transforma a dor em alegria, remédio que cura os enfermos, confortando misérias, dando coragem.
Segue o caminho. Viagem sem paragem
Vive na miséria cobrindo o seu corpo com a batina rasgada que barre o chão, cor saturada das lágrimas que verteu por nós.
Afasta os pecados dos comuns mortais.
Lembrança intemporal que vive entre nós
Deixou-nos o seu perfume e descansa por fim.
O povo chora.
Exige a sua salvação
Mas ele já cá não está!
Repousa o seu corpo cansado numa sala guardada pelos anjos.
Os tectos encontram-se pintados com frescos e as paredes enfeitadas com murais.
As vozes das almas que ele salvou entoam cânticos celestiais.
Dorme descansado o Santo
Deitado numa nuvem que o vento formou
Deu fé a um povo que Amou.
E o povo chora o Santo
Que por ele tanto lutou!
@BomNorte2010
ª Uma oferta de um amigo.
Que tem na sua árvore genealógica este ramo muito querido
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