Hoje rezo. Amanhã peço.
E peço o quê?
Peço que me ajudem.
Preciso de uma ajuda divina.
A terrena já não me basta.
Carrego um castigo que me atormenta
Estou certo! Estou errado
Alguém me pode ajudar?
Penso que estou arrependido.
Mas? Sei que no fundo não estou
Pego num caderno que tenho aqui à minha frente
E com o espírito ausente. Escrevo ofendido
Canhoto como um pássaro morto
E pelas letras que vou escrevinhando. Começo a ter noção do meu arrependimento
Estou errado? Talvez?
Jesus! Haja alguém que me ensine o caminho
Estou com um grande dilema. Estou na lama. Tenho vergonha do meu estado.
Permaneço imóvel, sentado.
Sim! Lama que me cobre de vergonha
Pobre que empobrece cada vez mais.
Ricos que se desenvolvem e que vivem em pombais.
Fundo de um poço que conquistei. Riqueza que me tirou a fé
A chama tende a apagar-se. O meu tempo luta contra o relógio
Sou uma tendência que teima em se equilibrar.
Desequilíbrio que está errado. E que alguém tenta empurrar
Lenha de um tempo frio. Que se acende por entre brasas
Braço que eu abraço. Grito que dou de dor.
Afasto a chama que balouça na água.
Dor e mágoa de uma oração rezada com devoção
Figura de um altar. Sem religião. Erguido pelo homem em nome da nação.
Quero dividir a riqueza da amizade. Queres?
Perdido no meio da multidão que me cerca de desprezo
Amizade que perco e que prezo.
Por isso não tiro. Peço!
Riqueza de um pobre. Que a guarda num cofre sem chave
Chama da boa vontade. Que brilha contra a minha vontade
Sinto que a chama é fraca para o calor que emana.
Riqueza de uma fé. Que me mantêm em pé
Solução para uma nação?
Explosão nuclear. Ou poluição que mata devagar.
Escolha o profeta. O mal já está feito.
Sorriso de uma criança. Ser perfeito gerado por um pai imperfeito e uma mãe infiel.
Doce que sabe a fel.
Abelha que labuta. Feitura do mel.
Favo que se torna um fardo, no meio de uma colmeia
Luz que me alumia. Guardião que da escuridão me desvia
Está feito. O que nunca se finalizou. Era bom!
Mas acabou!
Riqueza de uma baronesa que tombou por entre os seus pais.
Olho para o chão como sinal de um perdedor que aceitou o seu castigo.
Urso que abandona o seu abrigo. Garra que agarras e nunca mais soltas.
Notas soltam que sofrem. Mas que nem tentas perceber.
Encantamento de uma música. Que o surdo teima em ouvir.
Não quero dizer a verdade. Nem quero mentir.
Calo-me ou omito a verdade.Vivo contra a minha vontade.
Solta-se a nota e começa a revolta de uma prece. Na boca de uma criança que solta uma palavra. Baralha-se a batalha. Ninguém perde.
Estou errado. Passo. Ponho-me de lado e observo.
Riqueza e pobreza lado a lado.
Caminho que não nos leva a algum lado.
Acabamento de um encantamento que terminou em silencio.
Acabo com um sopro.
A chama abana e divide-se.
Eu choro. E o puto ri-se
Não é mentira. È burrice.
@BomNorte2010
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