Tenho fantasmas que me atormentam no tempo.
Sou um contador de histórias. Sou um jogral que percorro uma estrada
Sou uma personagem real que percorre uma estrada cercada por um muro irreal.
Percorro o meu país que me serve de mapa. Como o pó da terra e bebo a água da tristeza
Mas conto histórias de fantasia. Levo a alegria às crianças. Sou um peso de uma balança decimal.
Leio bem e exprimo-me mal. Sou um fantoche que eles manipulam por entre os seus dedos.
Sou um sonho distante que se delicia com um riso de uma criança.
As crianças encontram-se agrupadas ao longo da estrada. Abraçam o meu caminho
Apontam-me uma seta. Seta que me guia na sua direcção.
Os abraços tão sentidos. Vindos de rostos com dentes caídos.
Leite azedo que eu bebo. Transporto as palavras dos livros. E sinto que estou perdido numa azinhaga.
Qual é a história que querem hoje?
Princesas ou fantasmas?
São somente pormenores que me alagam os olhos.
Capitães e elefantes. Princesas adormecidas. São histórias que eu levo.
Beijos que eu dou às palavras. Palavras sem tempo. Pão da vida que me oferece veneno.
Histórias de encanto. Felicidades nos rostos estampados. Pais e crianças maravilhados. È a magia das histórias.
O grandalhão lá da aldeia encosta-se ao seu machado que está espetado no cepo.
Xiu! Não façam barulho lenhador está atento.
Recorda uma história e nela cola os factos da sua vida. Sente saudades da sua infância. Sente a saudade que lhe pede um favor.
E com a pele que lhe serve de fachada. Alisa a sua pele retalhada e sente uma alucinação.
Será uma dor de pensamento. Ou um lamento de um tormento.
Príncipe sujo de terra que serra a muralha da floresta e queima a sua palha.
E coloco a aldeia numa esfera. Na qual encerro as minhas fantasias.
E perante tanta inocência. Perco a minha tristeza e partilho uma alegria que me faz nascer um sorriso.
Eu assopro com o coração. E as palavras voam doidas num turbilhão.
Que transforma cem páginas num milhão
Não tenho armas. Mas tenho palavras que me saem do livro como balas.
São lágrimas acidas que me saem do coração.
Sou um pacificador que eles podem dominar. Sonhar. Imaginar.
Entrego-me a eles. Escondo a minha tristeza na contra capa de um livro que nunca chegarei a ler.
@BomNorte2010
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