Gente vulgar

Tenho a cara desfigurada. Atenção à esquerda! Sigo pela direita
Estou desfeita. Tenho ouro no meu coração e carrego a platina da rebelião
Descobri a tentação sabor agridoce que desconhecia até então.
Nada se compara com o meu pensamento. Sou um piercing mal colocado.
Uma tatuagem desbotada.
Sou o Sancho Pança o anti-herói de qualidades opostas.
Uma sombra do meu passado. Queria tanto estar melhor. Mas?
Mas o quê? Sou uma música Punk de sentimento marcante que se ouve à janela e nem se dá por ela.
Adoro ler mas já não conheço as letras do alfabeto.
Por isso tenho os meus livros todos guardados em várias gavetas. Gavetas diferentes e de vários tamanhos.
Corro desfigurada pela rua fora. E sinto que todos olham para mim. Sou um Post-it que se cola e descola. Tenho dois brincos em cada orelha e nenhum é de argola.
O que se passa de verdade? È a rebelião da sociedade. A busca da vaidade e dos sete pecados mortais.
Quais sete? Não são mais?
Rio-me de satisfação. Satisfação que me recordo da minha infância. Tanta ignorância na tua interrogação.
Não há mais do que sete! Diz o carro à camioneta.
Olho para o chão e lanço um sorriso à malandrice que me cerca. Fui-me logo lembrar da camioneta.
Existe caso. È uma coisa certa? Talvez o seja?
Lanço-me direita em direcção à porta, e por entre degraus que me lançam para a entrada.
Grito à chegada à rua.
Heróis nunca mais. Estou farto deles. Prometem que voltam e não voltam mais
Quero gente normal. Que se vistam com trajes normais.
Estou farta de pessoas que dizem que têm poderes
Poderes esses que só me levam a perder poder.
Quero eu ganhar algo. Talvez uma negação à tristeza. Ou um salto de alegria.
E mesmo neste dia que é feriado. Em que tudo deveria estar fechado.
Encontro publico para o que publico.
Sou um Wilian Shakespeare de trazer por casa. Que se veste de pijama e gravata.
Um aristocrata de meia-tigela que se diz rico, mas nasceu numa barraca.
Como caviar numa tigela e bebo champanhe num copo.
Também sou normal! E arroto.
Sou um anti-herói da nossa geração que vira a cara à indignação.
Heróis nunca mais. Já não basta os que aparecem nos jornais.
Quero gente normal.
Estou farto de divórcios. Não quero sócios.
Deixemos as coisas acontecer. O mundo irá nos chamar para nos condenar. E nesse dia exigimos Salvação.
E já agora já sabem?
2x2 quantos são?
Ou só conhecem respostas para as perguntas complicadas?

@BomNorte2010