Céu que me faz encostar a cabeça ao passado, e sonhar com a minha infância
Da minha boca só sai as palavras vindas do pensamento.
São sons que me dão asas e me fazem levitar
A luz irradia raios que se partem e se desdobram em prismas de cristal que criam arco-íris em movimento.
São sons ao acaso que danço numa rua sem movimento. Movimentos casuais, que se tornam iguais.
Danço no tempo, e divido o pensamento e paro para olhar. E salto para o meio de um céu que se perde no ar.
Subo até ao último patamar terreno e imagino vultos de animais que as nuvens vão criando.
A boca de um imaginário que se perde. E eu torno-me uma pessoa séria.
Que perde a beleza toda. Um animal!
Sou um triste olhar que ninguém leva a sério. Um cubo sem arestas que se torna um caso sério.
Na parte de fora ando em sentido inverso e neste céu sou o rapaz que passou por aqui.
Precisa de ajuda. E não quer passar à tua porta.
Ando na mira e passeio-me.
E mesmo em movimento sou uma pessoa morta.
Vou me elevar e chegar ao teu lugar.
Deixo a terra e chego ao pé de ti.
Passei tanto para chegar aqui.
Saltei o Inferno e troquei as almas que aguardavam uma brecha na luz. E passaram mal.
Não sou gente. Sou um pensamento cheio de egoísmo.
Um lutador do Universo. Uma garrafa de Dom Perignon que já não há.
Um cisne que se leva no ar. Uma gaivota que sobrevoa uma água porca.
Não é capaz de me olhar de frente e eu vou voltar ao meu lugar.
Parto e deixo o meu pensamento ai.
Vou à procura de ajuda. Ninguém me leva a sério.
O carro que se eleva contra o cimento quebra a minha linha de vida.
E pregam o meu corpo ao caixão.
A tensão está normal! Penso eu a gritar.
Sim. È ele. Confirma uma prima. Olhando vagamente o meu olhar.
Os meus olhos tento piscar.
È agora esse o meu pensamento. Ultima carta que eu tento jogar.
Elevo-me outra vez. E antes ao chegar. Apanho o elevador para me levar.
Olá. Voltei. Deito-me e sinto o teu olhar.
Olá vim para ficar. Damos as mãos e assim ficamos.
Encontrei o meu lugar.
È o céu que precisava de encontrar.
@BomNorte2010
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