Quem sou eu?

Sou um fantasma de um passado.
Passado em que sofreu
Foi um tempo que ofereci ao tempo
Tempo que tirei ao meu tempo.
Dias que andei ao relento. Olhos que lanço ao vento.
Foram os nós dos meus dedos que ofereci. Libertei a minha alma
Era uma caravela sem vela que navegava de costas viradas ao rumo
Caminho que tracei numa carta marítima. Errante e irritante
Espetei o compasso no passado e parti a bússola incerta
Deixo o mar que me tirou a esperança. E galgo as margens em direcção à estrada
Sou um reflexo de uma tristeza. Sou feliz e encontrei o meu caminho
Transportei ás costas o passado pesado. Salvei-me na estrada.
E sonhei com fantasmas que se foram transformando em fadas
Espada cruzada que tento descruzar. Salto barreiras e o tempo desvia uma bala do meu corpo
Sou uma pessoa que brincou e que agora espanta.
Sou um levante e tenho um olhar penetrante.
A porta está aberta e a noite está convidativa para a mudança.
Não tenho nada a esconder de ninguém. Mas sou somente uma luz
Espero junto à porta. Tenho vergonha de um passado.
Passado que tenho que passar a limpo. Só conto o que me convém.
Não interessa saber muito mais. Prefiro ser um Super-homem do que homem de ninguém.
Maquilhagem que retoco. Musica que ouço dentro de mim. Escondo a face mas não me atrevo a falar. Sou um sinal de fé que ainda se aguenta em pé.
Prefere leite ou café?
Tanto faz? Pode ser o que preferir.
Nem peço. Estou habituado a mentir.
Tenho que admitir que pode ser loucura. Mas para muitos é um acto de bravura.
Uma vez sem vez. Um sinal que não tiro. Mas que embirro.
Conto uma história e invento uma vitoria são pensamentos dormentes de alguém demente.
Fico por aqui. Como convém.

@BomNorte2010