Escrevo ao Pai Natal. Escrevo devagar e escrevo mal.
São as palavras de uma criança. Que alcança o Pólo Norte
Vence horizontes, e pede tristemente os seus desejos.
São desejos ingénuos de um inocente pedido
São rochas que as brechas vencem e a vincam com pedidos não respondidos.
Lonjura de quilómetros que o desejo percorre. São os sonhos de uma menina
O papel de embrulho amachuca-se e torna-se duro. São vidas de trevas que quero embrulhar
Em tons de pedra é pintado. Papel de manteiga que me encadeia o sonho.
Causa-me desconforto e tenho saudades das algazarras dos feirantes.
Das praças que eu visitei em pequena. No Natal da minha rua.
Dos meus pais à lareira. E a clareira na qual os guardo. São lágrimas que me ensinam
Lanço clarões de pedidos ao céu. E espero que me sejam concebidos.
São os sonhos desta menina. Que não pede só para ela.
Larga a tristeza e avança para mim.
Sem me culpar pelo seu desconforto. È o Amor de uma criança
Que abraço e que amo. Sentimento que se vê e se sente.
Triste está a minha menina.
São bicos de lápis por afiar. Que os faz sentir perdidos
Mas nunca abandona o sonho. E confunde crueldade com a beleza
Sonha e pensa dormente, Num corpo que não lhe é obediente
Para de relance se levantar sem nunca se lamentar.
São sombras trémulas da vida.
Que marcam esta menina.
@BomNorte2010
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