O Pardal

Tenho uma janela envidraçada por onde se evapora o amor.
É um feitiço que me faz perder a razão, mágoas de amor que me despedaça o coração
Estou choroso, triste e sinto-me aprisionado. Terminou o mundo para mim.
Totalmente preso a ele sem o querer, mas sei que é pecado fugir do coração
São os sentimentos que me torturam a alma. Sou um passarinho numa gaiola recordando
Um pardal que não sabe viver fechado, nem nasci para ser admirado, pássaro sem esperança
Que amor de passarinho. Queres vir comer na minha mão?
Tenho que partir. Viver uma aventura e voar. Voa o pássaro e leva a vida.
Tenho que deixar os lamentos e começar a sorrir, esperar que a lua mude de face
E voar. Direito ao rio que me desafia a acreditar na possível mudança
Desfeita está a minha mala. Mas? Escondo-a outra vez.
É das cinzas que renasce a minha anseia de voar.
Tenho que partir em busca da magia que abandonei
As cortinas deslizam ocultando a ansiedade que me murmura os teus encantos
A boca que me deixa a suspirar, levando para longe os meus pensamentos,
As paisagens que se tornaram selvagens afastam-te cada vez mais de mim.
Desejo que se transforma em bocejo, nem vale a pena insistir
Encantos que me deixam adormecido, ficando totalmente indiferente ao presente
São os futuros prometidos, que nunca chegam mais, são lutas de que eu não resisto
Desejo a lua e amo o luar. Mas somente é o nevoeiro que se torna o meu companheiro
Besunto a minha beleza com o óleo do teu perfume. E acendo a chama que te torna pura.
Dor que não dói, mas que dura. Ar que me asfixia

@BomNorte2011