Voltarei, mas sem hora marcada. Tenho o meu corpo encharcado tenho dor na minha voz.
Estou pronto para começar. Mas não posso partir.
Estou a sorrir, fico num corpo que é o meu, nada para dizer.
Tenho as mãos vazias, e digo só adeus.
Não quero partir, nem fico por cá, sou um tempo no espaço, um novelo de lã.
Sou uma bala que te trespassa, desvia-te para lá porque quero passar.
Sou um ser errante, indivíduo irritante que pensa no amor, olha-me de perto e concluis que não tens nada a temer.
Não tenho horas marcadas para nascer, nem tenho um caixão para morrer.
Lá fora o tempo aguarda-me, é o tempo que me trouxe que me quer levar
No largo da igreja a procissão venera-me. E eu sinto a tristeza em mim.
Sou uma fantasia que sonha por um acordar natural.
Tenho medo da partida, medo da realidade.
A música fere-me os ouvidos, e os plátanos ensombram o meu campo.
Cada gesto que faço é um gesto igual ao teu. Sou um fantasma da realidade.
Gritos que a alma dá. Sonhos da natureza.
Cada vez que penso em partir. Sinto que a lua teima em brilhar.
È um caso sério que tenho que resolver. Complicação que a partida me ofereceu.
Saudade de ter a vida junto a mim, e partir ao amanhecer.
São tantas as esperanças que a vida me quer oferecer.
E tanta a tristeza que me faz desaparecer.
Adormecer no passado e sentir que renasço.
Pouco a fazer e nada faço.
Ausência que sinto em mim. Desgosto de amor.
Chamo a morte e troco a vida que tinha em mim.
@BomNorte2011
Comentários
«Lá fora o tempo aguarda,é o tempo que "me"trouxe que "me" quer levar.»
_______________________________________(Toda a flor por mais formosa há-de morrer quando chega o frio Inverno)__
__Ora aí está,mas depois quando chega a Primavera,ela volta sempre com mais beleza e frescura.__