São os caminhos que me leva a vida.
O pecado passa-me ao lado. E choro de mágoa e sonho com o amor.
Eu sempre gostei de uma boa mentira. Mas um dia sei que o feitiço se virará contra o feiticeiro.
São os espelhos em que me olho que me revelam um ser mesquinho que vive da esmola das pessoas mesquinhas.
Pinto as janelas que me cercam o corpo com as cores que me transforma o rosto num ser garrante. Em alguém que se julga importante.
Ser preguiçoso que tem aversão a tudo. E por isso nem se dá ao trabalho de nada.
Razão que me afasta da vizinha. Vizinha essa que é prima do meu secreto Amor.
Amor que pode ser quem for. Mas amo quem quer ser dono do meu coração.
Obsessão que me afasta do senso comum e a refugiar na comida.
Fecho-me no meu quarto e como por devoção. Comer por obsessão, adoro e como por uma razão. Esquecer os males do coração
Cerro as minhas mãos e quase louca fixo no pensamento a sua imagem.
E afasto a solidão que me eleva a fasquia, e fico sorrindo à janela.
Pareço um diamante por lapidar, uma gema que geme por prazer.
Lanço beijos ao Sol, e pelos vidros da minha janela penso nela.
Entrego-me aos sentidos, escolho os vestidos que se acumulam em cima da minha cama espalhados. Tecidos estrangeiros, iluminados por pérolas cravadas. Lantejoulas que são a menina dos meus olhos.
O meu quarto é a mina que abastece os meus vícios. È a paixão que eu confesso. São compras por pagar, sangue inocente que eu tento contaminar.
Descontrolado sentimento de raiva que me enterra na tristeza da minha vida, que me faz sofrer de amor.
Mas se amar me impede o olhar indecente que me leva a não me entregar.
Salva-me, e protege-me do que é meu, e faz-me querer o que é teu.
Se eu quero. Não peço. E se tu quiseres. Eu impeço.
E quando eu partir espero que a missa seja em Playback, Para que ninguém se engane.
Exigências de alguém que trabalha num cabaré. Cala-te boca.
A sorrir e a acenar, saio disfarçadamente. E deixo toda a gente feliz.
Com a sua licença. Saio a correr. Quero desaparecer da boca do povo. E parto louca, corro pela avenida da vida. E levo o corpo que me pertence. Estou farto dos sete que me fazem louca e me lançam pelo chão.
@BomNorte2010
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