A ansiedade que desperta a beleza que nela sempre durou
Olhos postos num amor, que me murmura frases de encantos pensamentos
Simples, mas majestosa no seu desfilar. Cantar fatal que o Fado magoado lhe suplica
O terço nas mãos de uma fadista, é a acendalha que inflama a sua dor
È a cruz que o povo carrega, È o choro natural de Lisboa
São as pedras da calçada que a viola percorre em busca da Fadista
Fadista das mil vidas e duras memórias que sussurram por ela
Não sei porque foste embora? Pois a noite está escura. E o sol é que te encanta
E o meu coração que expressa a sua amargura, é a mulher que chora por a sua Lisboa.
Comparo-a ao brilhante que cintila pela manhã, que brota num solo enriquecido de um eterno amante sofredor.
È uma afirmação comprovada, de um poeta que descreve o sufoco de um Português.
Lisboa do salto alto que se curva e por si chama. São as saudades de uma mulher.
Mulher alegre, que deixa a varina bem-disposta, e salva os pescadores das tristes marés.
Deixa o Fado magoado e sofrido aos seus pés, são as pancadas com as costas da mão que ele lhe tenta dar.
Despertai-a para o acordar da vida. São as exigências que a vida tem, contradições do céu de Lisboa. São bocas que me beijam com amor.
E eu fico na rua da Mouraria, encostado à parede das Olarias. Parede que eu sei que foi tua.
Ouço a voz de quem morreu, sigo pelas ruas à descoberta da verdade.
Venero-a com respeito, e tenho no meu peito a silhueta da mulher que cantou e apaixonou o Fado.
@BomNorte2010
Comentários
bruxa bizarra de doze cordas,
só tu animas e acordas
o fado que em mim se agarra...