Tenho um segredo. Quero ser grande e melhor que o melhor.
Dói-me o coração, choro, e calo a minha voz.
Escrevo os meus pensamentos num papel que engulo.
São juras que me fazem crescer, escrevo palavras que me tocam no coração
Desenho o mundo, faço contas à vida, e acredito que vou ser melhor.
Calo os descrentes, e tapo os ouvidos para só escutar o coração.
Tenho razão. E penso no que pode começar, tento salvar o que está a acabar
E pago ao Amor para ele ficar. Despeço o desprezo que tenta me enganar.
A vista está ferida, foram as flechas disparadas que me rasgam a roupa
São cicatrizes de feridas infligidas em vão. Faróis que não iluminam nada
Nada me afasta do bem, e o mal conduz-me em vão
São os sinistros caminhos que serpenteiam pela serra. Declives por onde escorregam os condenados. E cá em baixo o demónio está sempre à espera, cansado. Pobre demónio que não descansa
Esgotas-te a tua lista de candidatos, mas ninguém precisa de viver dependente de ti.
Perco a noção do que é ser criança, e fico a pensar que nada me leva a querer ser homem.
Fico a brincar sem aparecer, escondo-me para não mudar o mundo, e escrevo o que ele me ensinou.
Ao menos um dia serei capaz.
Bom Norte
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