Sinto falta da verticalidade e da horizontalidade. Quero alterar o meu mundo.
Tal como o criador o criou. O homem depressa o transformou
Escolho a noite para o momento alterar.
Caminho pela imensidão de espaço que me tornou um ser solitário
A luz já não é suficiente para me iluminar.
Por mais arcos-da-velha aliança que eu crie, o céu rejeitará sempre a minha tela.
Paro no tempo, e penso que mesmo estando imobilizado, ocupo um espaço
Vagueio no tempo, e o meu espírito pinta murais, cria belas lembranças
Não tenho tranquilidade na minha alma. E espero o momento para a alcançar.
A luz azul do luar reflecte a natureza. E é ela que me transmite a beleza.
Ajuntai-vos à minha volta. Tenho um segredo para vos contar.
Quero pintar o mundo de novo. Não sei se consigo? Mas irei tentar
A coragem abre portas, mas encerra o coração
Os olhos iram irradiar alegria, e o amor ganhará novas cores.
Tento me lembrar do inicio para fortalecer as minhas mãos.
Sinto ânsia de criar, os meus pés querem palmilhar quilómetros de esperança
Cruzar barreiras, esconder as caveiras do pecado.
O tempo tenta criar vítimas, mas os segundos são as marcas que eu lhe dou.
Quem me leva a mensagem? Quem me quer seguir?
Não quero me sentir vencido, nem aceito lágrimas a escorrer pelo queixo.
Nem é da vida que me queixo. O mundo é redondo para não o tentarmos baralhar. E não tem cantos para que não possas amuar.
Tenho falta de tempo, e o céu foge de mim. Cravo os meus dedos na pele que cobre os meus ossos.
O meu cabelo oscila e refresca os meus sentidos, caminho na estrada soprada pelo vento.
Divido o céu da estrada, e as barreiras ficam cá dentro. Sinto que estou perdido mas sinto a corda que me indica a vida.
Troco a guerra pela paz. E uno a Terra. Somos muitos e deixamos de estar sós. Junto as carruagens do comboio e parto em direcção ao caminho da lealdade.
O cata-vento irá girar em todas as direcções. A noiva é pedida em casamento, e os pais chegam a ser avós.
E os amantes serão os eternos apaixonados que vivem por entre nós.
Bom Norte
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