Desculpa a minha ausência, tenho estado sem aparecer.
Companheiro das noites, amigo da madrugada,
A sua cara risonha troca o silêncio da noite pelo ruído da manhã,
A chegada, corpo envolto em farrapos, grito baixo que ouve o meu coração
O dia ganha vida, escuta. Gritos agudos que me branqueiam o cabelo Venero a lua, a sua luz é o dia que me oferece o descanso,
A chegada de um novo membro, enche o vazio que me liberta das ruas vazias
O cansaço faz-me chegar à frente, abro os olhos à força de uma risada
Chega a noite, parte o dia. Debruço-me sobre ele. E admiro o seu corpo justinho
Descansa, mantém as mãos abertas. Transporta a calma que me faz afagar a sua cabeça
É esta a justificação para o meu silêncio! É este o nascimento que me oferece a terra
Ausente de bastantes coisas e presente aos teus olhos.
Aos poucos vou cruzando a nova rotina com as antigas rotinas. Cavalgo por entre o território que desconheço. Tenho o que mereço e afasto os medos.
Ganho um peso que descarrego sobre os meus ombros. És o motivo das minhas lágrimas, és a salvação das minhas mágoas.
Já nada perturba a madrugada, mas a luz do dia está quase a chegar.
Estendes as mãos ao sacrifício e ofereces o amor que me interessa.
Lindo rosto que tem o menino, belo é o seu gesto que peço para repetir.
Aplaudo a evolução e dou asas ao corpo que procura o meu colo.
Sou um bicho-de-conta que inventa as tuas histórias.
Sou um barco que rema na tua direcção, uma pura recordação que te limpa as lágrimas, te ensina a rota da evolução
Moldo-te o feitio, e ensino-te pregões que te tocam. Ensino-te os passos, desfaço os montes e crio as planícies.
Lembro-me das malandrices que lanças e reclamas. Mas no dia de aflição, sou o nome que chamas e te faz sorrir os olhos.
Troco as más histórias e invento vitórias, iludo o teu pensamento.
Afasto o agoiro e o choro iluminado pelas estrelas que iluminam o teu coração.
Invento palavras já inventadas, e franzo os olhos cansados.
O calendário vence os anos e os meus cabelos louros perdem o ouro prateando
Bom Norte
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