O meu sangue torna-se a única forma de eu me sentir em liberdade, os meus olhos sentem a falta da claridade. Verdade. Sou um ser aprisionado pela sociedade um ser apocalíptico. Nascido na Génesis, mas condenado à escravidão, sou um servo condenado a carregar uma carta de foral na sua mão;
A liberdade é tardia. Lá fora na rua, o calor oferece febrões. Confundo ferrões com febrões
O meu coração sofre e cospe o estigma que me aflora a pele.
A natureza inicia a germinação, na certeza que eu serei vendido.
Rapaz fresco quem quer comprar?
Ninguém? Ainda bem que o leilão acabou. Não quero ser uma parte integrante de qualquer família de acolhimento. Prefiro ficar na rua e contemplar o arco-íris do que ocupar os meus queridos olhos com réstias de luz artificial.
Atónico, sinto a expulsão do líquido vermelho, vindo até a surgir fluxos esporádicos de água benzida por a esperança, única forma de eu me sentir em liberdade
Existem formulas que nem a química consegue explicar. E cada indivíduo é responsável pelo seu próprio destino.
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