Mesmo ausente sinto-me presente!
Apelo! Desespero! Por ti espero!
Suplico e peço. Leio o aviso e por fim anseio
Entramos juntos no Oceano! De mão dadas
Sinto os nôs dos teus dedos!
Nôs que os nossos avós há muito tempo ataram!
Ataram! Desataram!
Embarcaram rumo a novos Mundos!
Eu sonho e reponho o mundo no seu lugar!
Tenho que pensar que o meu tempo está a terminar!
Por isso tenho que tentar finalizar tudo o que comecei!
Comecei e nada acabei! Recomeço e não meço o tempo mas vivo no relento da ilusão!
Não consigo parar! Sonhar é um objectivo que tenho como missão!
Será que tenho a tua compreensão?
Tenho tudo para acabar! Andei a sonhar! Plantar! Casa inacabada! Vida destroçada!
Mais vale sê-lo do que parecê-lo! Será?
Parecer nos teus braços! E ficar eternamente envolto nos teus pensamentos! Braços já cansados! Corpo corcovado! Terra desfeita! Adubada! Mas cansada!
Rotação? Não! Já não vale a pena!
Na força que me resta me debato pela busca da eternidade! Prosperidade! Liberdade!
Busco! Rebusco! Apeio! Subscrevo!
Ouço uma canção que me prende ao Mundo!
Na terra onde nasci! Tenho saudades!
O Sol tarda! A luz torna-se fraca! O nome que chamas não aparece!
A doença ataca a ternura que perdura! O teu corpo cansado rende-se à idade!
Sabedoria que se perde Buscas fantasia com o teu olhar! Encovado! Sulcado de sabedoria que negas abdicar!
Guitarra rouca que geme! Triste seca! Solta acordes que parecem gemidos!
Mas do lugar de cima cheio de rima! Procuras em vão uma rima! Um refrão!
De alegria o Mundo povoa! De cor as flores salpicam!
Mas a verdade tarda em aparecer!
Queimas a Terra! Transformas o árido em cultivável!
Monólogo que representas a um publico que não te compreende!
Ai! Vento que sopra forte! Que triste a minha sorte!
Ai! Vagas de espuma! Que me levam para longe!
A pá que escavo castelos de areia!
Está gasta e velha! Solta-se o cabo!
Escavo à mão! E escrevo canções na areia que estão sempre em mutação!
Vagas que compõem melodias que nunca serram ouvidas!
Sentimento que recolho e aceito mas não foi por mim escolhido!
Tenho razão! Sim? Não?
Canoa que ultrapassa as ondas! Que sobe as marés que sulca a imensidão!
Remo com um remo! Remo com a mão!
Não tenho fé na luz! Luz! Que conduz a tua luz e me ilumina na minha rota!
Bombordo! Estibordo!
A gaivota que voa e sobrevoa por cima da minha sombra e que brinca continuamente!
Sempre voando à minha frente!
Estou só! Ausente! Continuamente só!
Mereço piedade! Liberdade!
Procuro um lugar para completar! Sim! Completar o que comecei!
A minha alma conduz-me ao Carmo que se torna Trindade! No meio da Piedade que peço para me salvar!
Raiva focalizada e dirigida! Que acaba de sentir que o Amor pode morrer! Acabar para sempre!
Navego na caixa de madeira! Construída! Esculpida! Que irá ser destruída!
Construções na areia! Sangue que corre na veia! Vozes que calo e que tento domar!
Fado vadio! Rimado! Cantado!
Compositor desconhecido! Refrão aborrecido! Triste e amargurado!
Fala de verdades! Esconde as emoções por isso não interessa!
Vozes que se tornam ecos! Becos escuros que se iluminam!
Por vezes penso! Por vezes sorrio! Sinto!
Os males do mundo sobrevoam os meus ombros!
Nasce em mim um sentimento de Piedade que oculta a Verdade!
Damos as mãos e caminhamos rumo ao Oceano!
Poderá ser esta a nossa vez?
Poderá ser esta a última vez?
Mas em vez de pensar que?
Vamos caminhar e ficar em?
“BomNorte2010
Comentários
Gostei imenso que resolvi copiar e inserir no meu blog com ligação para o seu post.
Espero que não haja qualquer inconveniente.
Caso assim suceda, me informe por mesma via, que o retirarei de imediato.
Votos de felicidades.
Abraços.