Personagem de figura solitária.

Ouvi dizer que o teu Amor por mim acabou!
Não estou bem.
Porém, olho e imploro que voltes.
Amanhã? Hoje? Para a semana!
Amo! E quem Ama, Espera!
Um dia perceberás, e então voltarás!
Olho para o relógio e sei que posso!
Tenho os olhos inchados.
De noites sem dormir e de tanto pedir.
Na cidade que está aos meus pés, Grito e digo quem és!
Com jeito pinto um quadro e escrevo um pouco da minha vida.
O rio corre na direcção ao Mar!E as palavras sabem a sal.
Os fragateiros abandonaram o Tejo!
Abro a boca. Bocejo. Rosto que não vejo.
Junto e feliz caminha o petiz.
Vou abandonar os meus sonhos!
Regressar à realidade! Viver com a verdade.
Canto! E recebo aplausos!
Entrego-me com o coração.
Envolvo-me, e com comoção guardo o que me dão.
Refaço a minha vida como posso,
Vou ficar acordado e guardar com uma réstia de esperança
De um dia ouvir a tua voz ao longe!
E poder contigo cantar.
Fecho os olhos e reparo que o céu não tem fim.
Finalidade da observação? Não tenho noção!
Passo o tempo e fico a sentir a chuva que cai no meu coração!
Tão perto da muralha estou,
Castelo de pedras amontoadas
O Castelo está cheio.
Andam pessoas apressadas!
Estrangeiras! Damas e Cavalheiros!
Pelas muralhas serpenteiam.
Ameias que semeiam.
Olhos inchados e plantados no firmamento
Imagem que não passa de uma miragem
Damas e Xadrez.
Sim! Jogamos os três!
Três bebidas já eu bebi.
Não interessa.
Venham mais duas.
As ruas já não são tuas.
Vozes que cantam. Pássaros que espantam.
Voz que escuto. Passos que acompanho
Triste vivo. Triste Ando.
O Sol ilumina e desperta
Acorda o mendigo e o poeta,
Poeta que desperta
Comboio que chega.
E ela?
Troca-me as voltas.
Parto a sonhar.
A vida para mim passa ao lado

@BomNorte2010