Hoje é o dia!



Enfadonho está o céu!
Que marca uma recordação
Uma partida de alguém que não se despediu
As nuvens marcam a diferença
Corpo deitado ao lado da estrada
Desistis-te de mim e foste embora
Mundo sujo e frio que me traz o vento
Corpo rasgado e cozido por fora
Retalhado e salgado como enchido
Vazio que nunca foi preenchido
Barco sem mastro atracado que nunca o ferro levantou!
Vento que sopra forte no caís.
Voltas? Vais! Voltas? Vais!
Ondulação contra a maré
E hoje penso em ti mais uma vez
Partiu um pássaro na direcção que escolheste
Sofrimento que não partilho com ninguém,
Chafariz que me sacia a sede e relva cortada pela raiz
O vento sussurra e diz!
Voa! Dirigi-te à Lua.
Vai-te embora!
Nó na garganta que me faz uma voz diferente
E me transforma numa personagem recente
A manhã está seca e quebra a monotonia
Suplico e peço uma vez mais!
Não voltes agora!
Por isso só te recordo agora
A ferida tem crosta mas não está sarada
Entro no edifico carrego no primeiro andar
O elevador balança e a minha tristeza entorna as lágrimas
Buraco que encontra, escapa escorrega e molha a soleira
Procuro um refúgio e fujo! Escondo-me e tento passar incógnito
Estou tão mal disposto que provoco o vómito
Estou bem!
Grito para quem me queira ouvir
Desisto da minha solidão!
Dirijo-me à sala ensaio uma felicidade falsa
Farsa que tento criar
No piano tento criar uma melodia que me lembre a tua existência
Conto as notas e pelas folhas que amarroto tento o pé pousar
Vejo rostos que partiram e sem carinho percorrem e vagueiam
Sentem que estou às vezes receptivo para os ajudar
Brincam com o meu sono e torturam o meu luar
Embacio o vidro da minha janela com o meu sopro quente
E revejo na imagem o teu rosto ausente.
Tenho que viver com este vazio
Vazio que não corresponde a este mundo saturado
E eu continuo sentado com uma imagem ao meu lado
Entre a porta e a janela é onde a moldura marca o seu espaço
E na fotografia que a tua imagem me recorda
Se houver um suspiro que transforme esta tristeza só para mim
Sou um inventor de um mundo perfeito!
Sinto a solidão de um número que se encontra localizado entre o dez e um milhão!
Mato a sede da tristeza e coloco a tua fotografia frente a mim e sobre a mesa
Incerteza que já não combina com a certeza de te encontrar
Pelo deserto que se cria avisto uma miragem que se evapora à minha passagem
E pela mente que imagina a tua presença o meu coração chora
E pela imagem que teima em ir embora
O dia 13 é o dia em que eu choro.
E como não tento ser um sofredor original
Sinto-me mal!! Escrevo com erros
E choro de uma maneira normal

@BomNorte2010

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