Acordar pela manhã
Olho pela janela
A porta que me leva para o mundo da violência
Dá-me cabo da paciência
Sinto que a terra está em rotação
Violência! Desobediência!
Sentir as voltas e as contravolta
O apertar do coração
Ser feliz e por vezes sangrar do nariz
Levo um murro dado no estômago com exactidão
E ouço que o suicida entra em contra-mão
Menino pedinte que toca acordeão e eu dou esmola e tu não
Simples conta que resulta num ponto de interrogação vírgula colocada com exactidão
Corpo a sangrar que enfraquece e que casa com a morte
Noiva de negro que casa e quando chega a casa vive em degredo
Pensamento triste que sinto no meu dia
Corvo e cotovia tristeza e alegria
Espelho partido rosto que resulta numa aberração
Triste a redacção que vira em composição
Redacção! Editorial! Omite a verdade
Jornal que compro para conhecer a mentira
Vento que sopra a areia e que entra no meu coração
Felicidade que turba a verdade e que chora em busca da piedade
Criança que é violada pelo pai que a acaricia
E encobre o crime com tanta fantasia
Bolo ás fatias que vendo estragado
Sal que tempero as couves da sopa
Almoço que não como por não ter dinheiro
Não é o último! Nem é o primeiro
Pois cada vez tem menos dinheiro
A bomba foi passada para a minha mão
Destino que eu tenho que enfrentar
Cultura cobarde que não chega a todos
Dinheiro que depois de dividido não resta nada
Praia da areia que o surfista busca para diversão
Offshore que eu crio para me divertir
Fabrica fechada que já não produz nada
Medo estampado despedida c compaixão
Aprender a amar e deixar uma interrogação
Sem amar e sem complicar viver um momento de cada vez
Tirar a senha e viver uma façanha como os nossos avós
Estou triste e tenho que me rir para tu não chorares
Se a gaivota pode voar e o céu vai rasgar
Quem sou eu para a contrariar
A paixão ainda está para nascer
E o que escrevo está a acontecer
Fecho as costas ao mundo
Tomo banho. Sinto que estou sujo e desesperado
Tomo 1,2,3 banhos
Desapareço!
Mundo que não leva a nenhum lado.
Quem consegue desaparecer não é cobarde! È forte!
@BomNorte2010
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