São gotas que se lançam ao vento.
São grupos que se incorporam e ganham formas de valentes generais.
Correm por entre as pedras que as barram e lhe criam barreiras.
São correntes que rebocam males e purificam animais. Agrupam-se em locais, e marcham por ruas e muitos locais. Generais que levam a voz. Lutam contra a tormenta. Não choram por falharem. E são cada vez mais.
Gotas descontentes que desaguam nos mares. Cruzam os mares e embalam-se nas marés. Não se sentem sós. Correntes anéis e cadeados que ganham coragem. Anéis vagabundos que pintam murais.
Lutam contra bébés chorões que perderam a chucha. Avante e por ai adiante marcham e transbordam os caudais.
Diques que regam arrozais. Água em fartura enquanto dura.
Promessas que já não mancham jornais.
A melodia do rio que lança o desafio ao oceano. Que não aguenta mais que um ano.
Voz de Amo que não amo. Vento e vendavais que me provocam enxaquecas.
Amor que perco por não ter um ramo de flores.
Algibeira rasgada pelas minhas unhas encardidas pelas mentiras.
Perfeita água salgada não esterilizada. Que não cabe no garrafão.
Marchamos pela avenida da vida. E misturamos as águas de diversos rios.
Enchemos os poços daqueles que nos esvaziam os bolsos.
E ouvimos as lamentações de tolos que nos iludem com barragens sem portagens.
A cor da minha água ensanguentada. Faz greve e luta pelo principio da nascente.
E ganho a força da corrente.
Amor que me mostra o céu. Sonho que tento idealizar. Marcha que o bebé descalço gatinha.
Chucha suja e pisada. Triste sina.
Luta desarmada de um peixe-espada, que luta com as barbatanas.
E pelos nomes que me chamas. Luto e ultrapasso canais.
Os sinais já foram lançados. As águas borbulham de tanta agitação.
Levo a esperança. De águas que cruzam as fronteiras.
Quebro as barreiras. E desperto a lembrança
Apostolo que se junta ao rebanho.
Não é tolo. Mas é tratado como tal.
E por isso mesmo Greve-Geral.
@BomNorte2010
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