Os prazos são para cumprir
Não existe nada para discutir
Razão que me leva a desistir e a não cumprir os prazos.
Não cumpro? Então desisto.
E se penso. Logo existo.
Se o meu coração palpitar por alguém que não existe.
Então o meu pensamento é efémero. E o meu recordar desnecessário.
O Arco-íris salpica o céu. E os pássaros chilreiam nas árvores.
Os cogumelos abrem-se em bandeira.
A palete de cores está à mão de semear
Espalho os pigmentos. Alguma cor há-de dar?
O musgo enverdece e cobre toda a extensão do solo.
Alastra e fustiga o bosque com a sua teimosia
A função clorofilina intensifica a sua cor
A fotossíntese transforma a energia luminosa em química
O solo outrora calcário torna-se pardo como a noite
E o felino ardiloso espreita a sua presa.
O solo alaga-se e transforma-se num charco
As folhas entopem os rios.
Os peixes invadem a terra e ganham novas formas
Na natureza nada se perde. Tudo se transforma
O mundo ganha novos habitantes.
Seres errantes que nem chegam a ser variantes
O Criador celebra um ajuste directo com o invasor.
Povoa a terra, ensina-o e oferece-lhe Amor.
Amor esse que ele transforma em terror.
Alterando o sistema. Cria-se um ecossistema.
E com o ecossistema divide-o em múltiplos sistemas
Sistemas paralelos que se tornam um dilema.
Cria-se um estratagema para que se possa viver em comunidade.
Elabora-se os direitos. Inventa-se a liberdade.
E quando a culpa é isenta de verdade.
Oculta-se o destino e varre-se com a vaidade.
Sem necessidade de um leilão.
Cria-se a vida.
Nasce o homem actual e distribui-se o pão
Tenta-se negociar a vida.
O pecado é mais forte e invade a terra.
Fez-se a obra. Barre-se o lixo. Desmonta-se o estaleiro
O criador está cansado. Deita-se e adormece.
O mundo estremece. E o povo padece
E o criador está desiludido e desaparece.
Olhamos à nossa volta tentando-o encontrar.
Estamos desamparados. Criámos a guerra para nos defendermos
Vivemos desgovernados. Estamos tramados
Que comece o Jogo.
Só pode existir um vencedor.
Seja ele qual for.
Somente um pode ganhar.
@BomNorte2010
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