Quando a minha bandeira é tratada pior que serapilheira

Sinto dor que me fura a alma e me lança no abismo
Sinto ignorância e tristeza. Força de tanto cinismo
Políticos que abandonam a carroça. Dizendo que a culpa é nossa.
Eterna batalha de Aljubarrota. Nunca saio da cepa torta
Tristeza de uma indelicadeza consentida por uma sociedade dita livre
Sociedade, essa com Constituição Mas sem nenhuma educação.
Que se mostra ao povo mas não o Ama
Hasteada. Apeada. Torturada. Maltratada.
Reflexão ineficaz que me abandona o corpo e me empurra para traz
Sombra de um exílio que me deixa descrente,
Trapo descolorido pendurado num mastro ao alto sem sentido.
Propaganda chinesa de uma mentalidade futebolística
Que oscila abandonada numa varanda. Farrapo com que se limpa a escada
E tu?
Não fazes nada?
Símbolo que assinala o alto teor de degradação de cem anos de governação
Perplexidade pela facilidade de abandono.
Deus dará de uma nação. Salvação que tarda. Ou que nunca virá?
Greve geral que nem faz bem nem faz mal.
Autocarro do Centenário. Que circula num movimento contrário
E a bandeira continua a oscilar, tingida pela podridão
Tornando-se num farrapo transparente e poluente.
Tingida por pigmentos de fraca qualidade.
Oculta momentos de verdade. Sim é verdade!
Sou um cata-vento! Grita ela do alto do mastro.
Giro. Giro. E para nada sirvo
Mas não sirvo de balastro. Nem tão pouco me afasto
Sou um bafo de alguém doente ou invólucro de castanhas
São tantas as minhas façanhas que me tiram do sério.
Abordagem gráfica de um país que não me salva e despreza
Percorro os caminhos da minha nação enrolada
Sinto que sou uma passadeira vermelha sem o verde da esperança
Luz ténue iluminada pelo sol. Queimada e crestada.
Estendida numa murta de um quintal
Rasgada pelos dentes de um cão que me estraga o significado
Mas um dia de muito vento.
Tal foi o seu contentamento.
Rompeu-se para sempre.
Separou-se da sua vergonha. E perante a agonia.
Que demora a chegar. Vou pelos céus da Nação
Esbofeteou os ignorantes
Enrolou-se na cara dos incompetentes.
Dançou para os obedientes.
E tornou-se colorida. Adiando a sua partida.
Vitória. Vitória. Saudámos a tua glória

@BomNorte2010