Palavras que ofereço ao vento.
Um livro é um pensamento. O livro faz pensar.
São prosas de gente grossa. Poesia de gente vazia.
Refrão de um canhoto que escreve direito.
Palavras que abundam e se agrupam.
É o encanto que me leva a escrever e o desencanto que não me deixa desistir
São palavras que eu escrevo, palavras desenhadas. Palavras com fotografia, carregadas de sentimento.
Longe está o monocromo, as cores ganharam a sua forma
A natureza aprende a escrever, são palavras que o tempo lhe gravou.
Simples conjunto de umas letras, que fazem a composição.
È o cromático da vida. Venda que aperta os nossos olhos e nos projecta a verdade.
Oculta as sombras que nos ensombram
Borracha que apaga as palavras e nos leva à mente a conquista de um tempo.
São tormentos que nos abraçam. Conjunções perfeitas.
Agrupamentos que não abandonam o significado.
Palavras do coração que suscitam o subconsciente de um homem crente.
Agrupa as palavras por mim. Falei contigo e coloco os papéis aos teus pés.
São páginas ímpares. As pares ficam em branco. São prantos de uma saudade.
Jogo o meu futuro numa folha de papel. E aposto no A sabendo que o B é que me sairá.
È um espaçamento vicioso que marco entre as palavras.
Amarroto a folha e faço uma bola de chamas que me aquece a inspiração.
Uso as palavras como fuga dos meus castigos.
Começo com uma palavra incompleta e acabo com uma completa.
A obra estará completa. O vento a encadernará
E o tempo em livro a transformará.
São palavras que me passam ao lado. Mas que amachucam a minha existência. E me tiram a paciência.
E são letras que não consigo colocar e que despejo aos meus pés.
Vidros que se cravam em pés descalços.
Palavras que magoam alguém.
Força de um texto que serve a inquisição.
Uns foram queimados. Outros não.
Cinzeiro despejado. Cheio de palavras inutilizadas.
Cinza do silencio que sai dentro de mim.
@BomNorte2010
Comentários