Queres vir tomar chã? Ou um corneto da Olá
Isto está muito esquisito e queria me encontrar contigo.
Sei que não me quero repetir por isso não me estou a dividir.
Vou andar um pouco quero mostrar a minha cidade a todos
A cidade dos meu olhos que eu vejo muito além do escuro alcatrão.
Tento fazer uma viagem, e tenho uma cidade por descobrir.
Envio uma carta a toda a gente. Vou sentir a frescura de uma cidade que não é do meu tempo
Caio na tentação de a sua voz querer escutar. E subo todas as sua colinas
Sinto a claridade que me dá sede e que me estende a mão.
Borbulhar de um sentido numa rua de comprimento indefinido.
Sou um eterno viajante que estende a rede a um apelo.
Apelo que eu sinto e tu não
A cidade está a tentar fugir e eu ainda estou na paragem.
Sou um movimento que se recusa a andar
Uma mão sem jeito que agarra um cone de gelado no Verão.
Sou uma tentação de morango que pede salvação e depois escorre pela tua mão.
Sou uma forma disforme que se turba. Uma lágrima dos meus olhos.
Esta cidade é uma cidade que me pertence.
E guardo no meu coração tudo o que ela me dá.
E tudo o que o tempo me revela, e se confunde com um enredo de uma telenovela.
Adoro o teu cheiro. E converto-me num viajante que sobe a colina a chorar e desce-a a sorrir.
Xiu. Por favor não faça barulho. Tento a minha cidade sentir.
Dou-lhe a minha mão e depois tapo-lhe a boca.
Sou uma tentação de movimento
A salvação de um tempo que ela quer mudar.
Estendo a roupa è janela. E sinto o cheiro da barrela que se confunde com o dela.
A frescura de um destroço que se vai desmoronando pela calçada da estrada.
Sou uma erva daninha grande e tu?
Uma pequenina, uma erva rabina que teima em não querer falar
O movimento cria frescura e pinto de negro uma rosa que colho no jardim
Sou a visão de um cego que se guia pela minha mão.
Tenho sede e quero beber um café ou um chã verde. Um scone com manteiga
Quero ter alguém que me queira. Quero sentir que sou gente.
A mudança é urgente. Vou por ai adiante e não me vale de nada mudar.
Sou um Parodiante de Lisboa que conta uma história num tempo que voa.
Sou alguém que procura alguém.
É urgente esse encontro.
Teimo em não querer voltar. E isto não está para rir.
As velas das caravelas são agora de rosa e verde. E oscilam num estendal que seca a minha roupa num dia de vendaval.
Sou um poeta em movimento que descreve o sentimento de um corpo com saudade.
Misturo na minha palete de pintor o bronzeador que cria os factores que saram as dores do meu coração.
Frescura de uma cidade que sonha e escrever à sombra de uma canção.
Escrita experimental que tu tentas decifrar.
Sou a forma de um País que me faz luzir os olhos e chorar de saudade.
Fado que se canta nas escadarias de uma rua inclinada em direcção ao Tejo
Miudagem que corre numa rua torta. Nariz empinado que quer ser um soldado.
Chamo todos para a formatura, e o vento que é o meu tormento. Impede o meu corpo de marchar.
Sou um pássaro que voa numa Sexta que não é mais do que um quinto de uma fracção.
Riso de um País que me oferece a frescura do seu verde e o gelo do seu nevão.
Que sonha.Sonha. E não se esquece dos amigos.
@BomNorte2010
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