Olho o banco em frente e sinto que estou só.
Sómente as mágoas impressas no jornal. Que não levam a bom porto.
À minha volta só existe espaço. Sinto-me perdida no mundo que me leva.
Sou uma mulher que se perde nos marcos do tempo.
Sem sorrir tenho marcado na cara a tristeza de um sofrimento deprimente.
E no alto do monte, que um dia subirei, gritarei aos ventos do Norte
A minha triste sorte. Má sorte de menina.
Mãos que abraço os meus sinais. Que me marcam o corpo.
De um sofrimento que não é pouco. Reforço as espias do meu corpo.
Sinto um balanço tenebroso e um desconforto que me deixa tonta.
Sou uma sonhadora agoniante. Que se lança na esperança.
E abraça a má sorte e a tortura. São náufragos que a aguardam.
Círculos de arame farpado que eu beijo, e se cravam e se vincam no meu braço.
Sou uma tonta que sonha pequeno em oceanos de sofrimento.
São luzes tremediças de um povo. Ecos que eu escuto e não compreendo.
Mágoas que me escorrem nos pés Estação abandonada em que lentamente eu abandono.
São escadas de degraus corridos. Filhos pequenos aos magotes.
Risos franzinos dos pequenotes. Vozes que pairam sobre a legião de suicidas.
Má vida que me guia. Sou uma sonhadora que se afasta do meu olhar.
História que eu tento contar. Aos amigos perdidos.
Lições da vida que eu transmito. Respirar de um povo que não merece sofrer.
@BomNorte2010
Comentários