O Mar olha para o rio de um modo tão estranho.
Que faz o rio sentir que a sua viagem foi em vão
As pedras barram-lhe o seu caminho, e o rio cria fossos na água.
Steeplechase; Começa a corrida
Por entre as barreiras ele galga todos os obstáculos
Projectado pelos cascos dos cavalos o rio aproveita a boleia para chegar ao mar.
È um vitorioso. Viva o rio. Grita uma voz que ele ouviu
Sente nos seus ouvidos a voz da Cidade,
Lá no alto da colina. A varina seca as suas lágrimas
E os pescadores lutam contra as ondas e a maré.
Má sina a da varina que perdeu o seu José.
São as lágrimas da sua cidade que o rio admira mas sente piedade.
O rio também verte as suas lágrimas e mistura-as com as do mar.
As guitarras lá no bairro sentem a falta delas e choram.
Choram tanto como se alguém as tivesse a tocar.
Que choronas que elas são.
É um tocar de sentimentos são as lamúrias de um fado que ecoa no silêncio.
E o rio traça caminhos diferentes com vontade de ainda ao mar chegar.
Teimoso. Vaidoso e vadio. Errante e transparente. Define o assessor ao presidente.
Defina esses adjectivos?
Existem rios que das suas cidades se querem desviar
E existem cidades que dos seus rios não se querem separar.
Existem cidades que precisam de ser servidas.
E existem rios que nasceram para ser criados
Rios que me marcaram para sempre.
Abrem pistas no solo e brincam até o seu suor inundar os seus canais.
Todos querem ir ao mar desaguar. Devagar devagarinho pois um rio não nasce sozinho.
Diz a água ao moinho. As flores plantadas nas suas margens cruzam os ribeiros.
E o mar e o rio nasceram um para outro.
E no local abrigado nasceu um novo porto.
E o rio envergonhado de se sentir apertado
Foi barrado na barragem e alargou as suas margens.
Coitado do rio que nunca mais o mar viu.
Por isso o mar tem marés que chamam pelo seu rio.
E o mar castiga o homem por o mal que fez ao rio.
@BomNorte2010
Comentários
bj....