A minha beleza atirou-me ao chão.
Tento mostrar-me só a ti, mas?
Tenho falta de luz, sinto que estou só, nesta humidade, que me oferece o dia.
Só? Em pleno coração da cidade.
Sim. Correcto, é verdade. A cidade é alheia aos pedidos de amizade.
Não é para terem dó de mim, mas os meus dedos, estão fartos de pressionar as teclas do teclado.
Tenho medo de ficar só, quero me mostrar ao mundo.
Sou um dos milhões de seres frágeis, uma linha na lista de nomes desconhecidos.
Adoro murmúrios doces, e só ouço solidão.
A solidão é o melhor termo, levitação de um estado negro.
São os deslizes de um poeta, que sente a falta da sua rima. Poesia narrativa que ele escreve.
Perfume sem odor, num mundo que feda. Que cheira a fileiras de burros amarrados à minha história.
Se estas são as razões que me fazem sonhar.
E quais serão as razões que me levam a ter pesadelos?
Estou embrulhado a uma sebenta veste de um tecido ordinário, que se agarra à minha pele.
E o momento de magia é breve como a luz. Suave como a neve que se derrete ao calor do dia, desaparecendo como por magia
E na minha mesa onde fantasio, consigo recriar as histórias da minha infância.
Sou uma Bela Adormecida, uma Cinderela desaparecida, calço sapatos de criança, como por magia.
Hoje irei cantar, recriar ilusões que me levam a sorrir. E como o dia está chuvoso, retiro toda a sujidade as minhas mãos, e limpo a minha alma.
Olá. Estou salvo. Manuel sem o diabo no corpo, um feiticeiro da realidade.
Tenho como nome Manuel, mas sou uma delícia como Isabel.
Sou um Maurice Ravel. Ou talvez um Rafael.
@BomNorte2010
Comentários
(Quanto de verdade haverá nisto?)