Tenho as ruas com as paredes pintadas.
Mensagens de sofrimento. Pensos pouco higiénicos que tentam as taparem
São tristezas de uma má orientação que elas estão a tentar passar
Fecho os meus olhos e peço perdão, abro os meus olhos e vejo podridão.
È a dança da vida que me convida a pensar. E o cheiro da má vida que tento odiar.
Pego numa caneta e começo a escrever.
Escrevo a azul numa folha azulada. Não sou perfeito, não se vê nada?
Cobardia mais uma vez, arranjo um pronome para me rotular.
Pretendo arranjar uma solução, e acabar com a podridão.
Se o sol brilha e o sol não olha para mim.
Não será a primeira nem a ultima vez.
Tanta mudança, tanta hipocrisia.
È um mundo rápido, trágico que luta contra ele próprio
Fico triste com o mundo que se encarde à minha volta.
Humanos sem devoção, querem morrer? Então não me sujem as mãos.
Não tenho a resposta para a vossa dança. É dança que não sei dançar.
Sou um controlador da natureza e por isso sonho com a beleza
Tento ensinar os pássaros a pousar nos ramos.
Plie.Relevé e agradece. Ballet dos meus sonhos
Dançar? Nunca mais. São simples chuvas que deram lugar a vendavais.
Mas longe estão os anos em que eles podiam pousar.
Electrocussão é o que agora pode suceder. Os postes são a sucessão das árvores.
Arvores encardidas que me provocam alergias, espirro que embirro.
Destino mágico ou trágico. Bravo.
Gritam os terroristas. As guerras agora são outras gritam os pacifistas.
Tapo a minha cara com as minhas mãos. Tenho vergonha da tristeza que está a acontecer.
Os meus olhos nem querem projectar as imagens da tristeza que eles estão a ver.
A tinta que tenho no pincel pintará as estrelas e o céu, ocultarei das crianças estas tristes lembranças.
São semelhanças de um funeral em que o morto não assiste ao seu enterro.
Assobio e tento me distrair, abstrair de uma subclasse de animais.
A vida já não vive com Amor. Todos os edifícios mudam de posição e os homens perdem a sua afirmação.
E eu não tenho vocação para profeta. Nem muito menos para evangelizador.
Apanho o eléctrico e abandono o local em guerra. A presente ganha um futuro ausente.
E a cobardia que ofereço ao mundo será o meu único presente.
O eléctrico desliza rapidamente pelos seus carris. E as pessoas à minha volta mudam do amarelo para o laranja e o eléctrico continua a deslizar, perdendo pouco a pouco a sua magia.
E eu? Sou mais um no meio deles, que não faz nada para o mundo alterar.
O Eléctrico abandona a estação e o Inverno dá lugar ao Verão
E eu continuo sem saber.
2x2 quantos são? 4 Não deve ser porque 4 era uma conta fácil de fazer.
Deve ser a solução E=mc²
@BomNorte2010
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