A noite está escura e chuvosa.
E numa noite fria nem sempre se come comida quente.
Por vezes come-se o que sacrifício da pobreza consegue arranjar.
E se a imaginação, é o mais poderoso afrodisíaco!
Ela também poderá ser o melhor chef de cuisine que podemos encontrar.
E nada melhor que um bom descanso. Estou com tremuras. Diabruras sazonais.
Não tem febre, não tem diarreia. Tem fome, a vida tem sido para ela matreira.
Está exausta, está só, pobre filha? Pobre avó? Pobre mulher.
Não sei o que pensar nem o que fazer, vou tentar sonhar.
Sonho dos perdidos, que teimam em sonhar.
A vida não é como a gente quer, mas sim como Deus determina.
Eu sei disso. E por isso afirmo.
Adoro um bom sonho de Natal.
Fecho os olhos e tento obter um equilíbrio mental, o meu inconsciente está prestes a sonhar.
A história começa e as imagens sucedem em catapultas, São imagens arremessadas que vão contra as palavras.
O céu abre-se, e surgem três personagens rápidas, frágeis e trágicas
Os três caminham na direcção oposta a Belém.
Será que estão perdidos?
São reis magros, de cara exposta, três tristes reis.
A melancolia brilha nos céus, e o meu coração torna-se mole.
Retiro a folha do calendário. Novembro já acabou e Dezembro é o mês que me destroça o coração.
O meu pensamento liga-se a um dos três personagens.
Pisado rude, sou um dos três anormais.
Sou o menos justo, o falador, o que coordena o leme.
Tento imaginar o que ele diz.
O bobo esta deitado a sofrer, perdeu o seu sustento.
Consoadas? Por favor não as quero mais.
O mais alto é o informador, outrora rei, desviou o seu sentido de viver. Contornou a situação
Magros reis. Que destilam sem ter a noção, sem fazer sentido.
O menino já nasceu, a mãe esta exausta, e o pai engrossou a fila do desemprego.
Cruzo os meus dedos. Triste a minha Cruz.
Os animais esqueléticos estão deitados ao lado do menino.
Animais sem forças, não se levantam.
Longe são os tempos em que as estrelas me guiavam.
O seu brilho outrora majestoso, há muito já se perdeu.
Quem quer ver o menino que um dia será rei?
Rei? Mas ele está numa manjedoira! Como pode um dia ser um rei?
Você me faz morrer de rir.
Hipérboles, que o mundo cria, e às quais a imaginação se encosta.
Se o mundo é negro. Como posso pintá-lo de cor de rosa?
Adoro dar palmadas á imaginação, fechar os meus olhos.
O menino terá super poderes? Oh meus Deus. Fecho os meus olhos e fico a imaginar.
Não quero descrever negativamente este momento. Mas a realidade é outra.
Mas encontro-me ajoelhado no chão, com os cotovelos pousados ao lado do menino.
E os meus olhos fixam-se nas figuras bizarras que se encontram ao meu lado.
E sinto que sou um perdedor. Choro por não acreditar que este altura do ano, é propícia ao romance.
Mas sinto-me feio e sujo. Como posso ser um rei?
Rezo as minhas orações. E peço perdão.
Mas o romance a mim não me afecta. E parto.
Deixo para traz os paparazzi`s para contarem a história.
Os flashes iluminam o meu caminho de regresso à realidade.
@BomNorte2010
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