Percorro o meu caminho a pé, o tempo está incerto, a chuva usa o meu corpo como um molde para futuras criações.
A porta está aberta, os penitentes entram no espaço que me cheira a poesia, o bálsamo subtrai-me as gotas que parecem formar constelações.
Refugio-me na fé, busco a verdade, não sou fanático mas também não sou céptico. Simplesmente acredito na verdade
Sei o teu nome mas não me atrevo a pronunciá-lo em vão.
Aqueço-me à luz das tuas velas, o corpo é o meu espírito, por ser vermelho, ofereço-lhe a liberdade.
Mantenho-me ao canto de um círculo, iluminado pelo sol poente, o mármore que reveste as tuas paredes parece sussurrar o teu nome, tenho vontade de te ver, mas lembro-me que o teu sofrimento, é maior que o meu tormento.
Estou ao teu lado, mas o meu pensamento flutua num espaço sem fim, tento tocar-te, mas?
O medo faz-me hesitar, não estou aqui por mim.
Mas sim, por um amigo.
A tua figura parece sorrir-me. Pois bem, é uma mentira insignificante disfarçada pela procura da minha devoção.
Na estrada da vida, paralela à estrada do desterro, corro fugindo do rosnar dos cães raivosos,
Cães esses que riem e choram ao mesmo tempo, mas sinto que fiquei aliviado Porque pressinto a aproximação do fim dos seus dias
Bom Norte
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Estava cá por um amigo,já pode finalmente aquecer-se na luz das suas próprias velas e no seu corpo vermelho sonhar liberdade,que o pequeno circulo que o sufocava desfez-se!