A bengala bate e sente-se perdida, caminho guiado pelo chão.
O meu corpo serve de abrigo à paz que me oculta a loucura.
Reflexos que não consigo ver, o meu coração é a luz dos meus olhos mortos.
Os obstáculos aguardam-me e são os meus amantes, são os cúmplices com que esbarro
Tu serves-te do dia e eu caminho pela noite que me afasta o dia.
A sargueta do medo escoa a água e leva-a na direcção do mar.
Eu molho os meus pés, chapinho no mar que me inunda o corpo.
Sou um ser exposto, um cúmplice da penitência.
Como tenho tempo, espero a chegada da luz. Mas tenho medo de ver.
Sinto que a terra é redonda e que roda sob um eixo.
São os continentes distantes que nos afastam. E são os pólos que nos atraem
Admiro o cheiro da natureza, sinto frio nos dentes, e penso na fome de ver,
Tenho sem ter. E leio sem ler Esqueço o silêncio e estou perdido na luz que me oferece sombras.
As minhas mãos batem no chão e sinto o eco distante que me desvia, retorno de uma agonia.
Cumprimento-te por simpatia. Dás-me o troco ou uma demasia.
Caminho cego, a lanterna ilumina-me o meu meio caminho.
O caminho por inteiro é o que me traz. Sem senso, e propenso a quedas. Sou uma estatística de outras guerras.
Somos seres perdidos. Olhos que respondem aos ouvidos. Perdidos na magia de um encontro.
Esbarrado ou eternamente parados. Servimos de desculpa para a cegueira.
Uma paixão caseira que dura uma vida inteira.
Nem me sinto um ensaio. Pois caminho e geralmente saio. Sou um cidadão que sorri.
Alguém igual a ti.
Mas por vezes sinto que sou um copo cheio de água derramado sob um lenço já encharcado de injustiças.
Bom Norte
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