Hoje estou lento, o calor penetrou nos meus passos e alojou-se na terceira vértebra deixando a primeira em paz, e ignorando a segunda.
Roubo o pecado e dou uma dentada no lombo de uma presa que foge assustada.
Combato as chamas com palavras de calor, cansado e transpirado Lento e sedento retenho as gotas que se alojam dentro de mim, guardo-as, desidratado, baixo os braços e estico a mão à caridade.
Verdade ou consequência, a delinquência é tratada a medo.
Não me levem! Estou cego na escuridão!
A caixa está cheia e raspo os fósforos no grafitte da fachada da escola e inflama-se a mensagem, arde no tempo que o enrola.
A chama rasga a escuridão.
Quem são? Quanto são?
Fracos!
Fogem os vermes, tentam esconder-se.
Cucù! Cucù! Fracos vermes que fogem impunes
E eu torno-me um Papão. Mordisco o pecado.
Não resisto ao pecado, ele insiste, volta, e ajoelha-se a pedir perdão.
Toma lá as moedas que não valem nada. Quero-as longe de mim
Diz à vergonha que não se esconda. e que guarde essas moedas longe de mim
Entrego-me? Resisto-lhe?
Troco os fósforos por um isqueiro, lanço fogo ao país.
Sento o meu corpo em cima do teu corpo fraco, fraca figura de pele rasgada farrapo deprimente, confesso que adoro ver sofrer
Contemplo o fim da eternidade, e aguardo o principio e prevejo o fim.
Adorei destruir a beleza, é difícil não resistir a tanta excitação.
Choro, e deixo rolar lágrimas azedas perdidas bolas de sabão
Modifico o meu rosto. Sou a tua imagem o reflexo do que tu és.
Bom Norte
Comentários
O papão não existe.
Entregar-se ou resistir?
(Resistir é a palavra de ordem...resistir,sempre que quando por fim se almeja o desejado o sabor é quase impossível de explicar e,um dia será).Eu acredito...