Tenho um íman que caiu no chão, pobre e frágil campo que magnetizou o meu olhar. Repele e atrai
Disparo um filamento do meu coração. E tudo o que sinto é uma leve indiferença.
Mantenho-me triste e sentado no meu carro olho para o vidro que se embacia., vidro quebrado que não deixa de emoldurar.
A chuva cai e molha quem apanha. E como tudo na natureza tem uma explicação. Não posso dar ponto sem nó.
Adoro a chuva que lava a mentira. Chuva que me oferece outra mentira.
Salpico de saudade que me dá um aperto no coração fazendo me tombar por terra.
A dor que eu sinto, e o corpo que não me sente.
Faz-me recordar o glaciar que se tornou azul, puro cristal de lados não lapidado, que parte mas não embate.
Gelo que flutua, caminha sob as águas quentes outrora geladas, por vezes sinto que o bloco está a sorrir para o céu.
Tesouros que deixam saudades. Saudades quem não as tem? Sinto-a retratada na pintura Naif que me torna mais ingénuo do que sou.
Encontro na moldura quebrada pelo tempo a explicação que me oferece o tempo.
O menino alcança o Norte venceu o medo, e agora navega para o Sul, ele aquece as minhas mãos que sangram gretadas, são gretas onde escondo a minha tristeza e que me faz tropeçar na minha voz, adoro imaginar, e só de olhar para ele, choro e torno a chorar, viro o disco e continuo a soluçar.
Junto fermento à farinha e amasso forte a massa, cozo os pães que um dia comêreis também, pareço um dos três reis magos de Belém mas a minha riqueza não serve de comparação com ninguém pois eu sou um pobre sonhador, e o menino há muito que partiu.
Bom Norte
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