O vento soprou com força, gritou o nome de alguém.
Uma pessoa do mundo. Um rosto que ele teima em ignorar.
Shiu! Haja Silêncio O chapéu descansa e as varetas separaram-se da sua alma.
Estão perdidas, rebentaram-se as linhas que desataram o pano.
Agarrar não compensa o sacrifício sussurra o real ao fictício
Cansado da chuva reclama a loucura. E na sua fase mais obscura.
Aberto ofereceu-se às gotas, que fustigam o asfalto frio e fraco que cobre o meu chão.
Tiro a porta do seu fiel e deixo-a cair. Parte-se o chapéu.
Hoje se pudesse invertia a força da maré.
Entrava na água e partia rumo à linha do horizonte que se perde no escuro.
Circulam embarcação sem quilha e sem leme.
Quem não deve não teme.
Escrevo na areia que descansa no fundo do mar.
Partir? Sonha o chapéu que o vento eleva.
Perde-se o chapéu que bate nos muros até se partir.
O cabo separa-se do chapéu e a varetas ficaram torcidas a sorrir.
Ficamos a aguardar o sol que para vir.
E o chapéu parte empurrado pelo vento, avança pela estrada fora.
O mar estará lá para o acolher.
E eu grito-lhe.
- Lança um dia uma vareta na minha direcção, conta o que passou na tua ausência.
E ele grita-me. "Chapéus há muitos seu palerma…"
Amuo. Não tenho vontade de rir. Parto chateado com o mundo.
Chuá chuá, teque teque, pelas ruas da cidade.
Bom Norte
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