O dia dos eternos namorados.
As palavras estão trocadas. Sinto a nostalgia de um trabalho solitário, santo milagreiro me tornou. Mais um que se avizinha.
Tenho a terra aos meus pés. Sinto que sou um pássaro ferido e oprimido pelo vento que me condena à surdez
Lembro-me que hoje é o dia, recorda-me a chuva do meio dia.
Numa cumeeira do telhado coberta com telha acabada de cozer e colocada com afinco, está bela e funcional. Guarnecida com algeroz forrado a zinco, feliz está a telha neste dia.
No sótão as trapeiras deixam-se levar pelo sonho, abrem as suas janelas à cidade. Vaidade que vive na cidade.
Pobre mariposa que esvoaça no meio da massa. Cimento areia e água é esta a minha receita para cimentar a minha mágoa.
Sou loucamente apaixonado pela arte. Não sou pintor das Belas Artes, mas crio novas cores, que todos admiram
Tenho a receita para fixar o amor. Saudades lá de casa? Pois claro que sim. São muitas as cicatrizes que me fazem esquecer a hora do almoço.
Almoço perdido em lembranças que me fazem sonhar.
Três tijolos e uma telha. Acaba hoje?
Pode crer. Creia, tenho optimismo e agora não vou parar.
Olá faz-tudo. Pedreiro e poeta.
Faz a obra prefeita. Criador da evolução. Não sabes quem foram. Nem interessa quantos são.
Manel. Tó ou João. Talvez até seja Beto. Mas sou simples e até completo.
Sentado ao redor da fogueira, com a barba desfeita e o sorriso genuíno mantém a distancia certa guarda um tijolo limpo mesmo ao seu lado. lugar marcado para o meu melhor amigo, eterno desaparecido toca e canta o acordeonista repetidamente de castigo.
Acordeonista que me faz recordar Assurancetourix o incompreendido trovador da aldeia de Asterix
Mas a realidade porém é outra.
Este fim-de-semana não vou a casa meu Amor. Tenho muito trabalho para fazer. Um beijo para os meninos. E sem mais nada me despeço. E se Deus quiser brevemente estarei convosco
Um beijo do teu Fernando.
Bom Norte
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