Hoje dei três caneladas ao tempo. E o tempo começou a chorar
Não sejas mariquinhas pé de salsa! Onde já se viu o tempo a chorar?
Agora somos grandes amigos Perdoo-lhe mas não consigo esquecer.
Tento mas não consigo, o amor tenta me ensinar que as promessas são por vezes meras conversas.
Crenças que já não existem, mas que dão forças e não me deixam desistir.
Sempre será melhor tentar descobrir a verdade do que desistir sem saber se ela existe.
Por os pés a caminho, saltar o Sábado, amar o Domingo.
Aprender as lições que tento e quero abraçar. Espero que me perdoes e que tentes compreender, dia após dia a realidade custa a perceber.
Altos e baixos quem não os tem? Triste será não me recordar de conversas que me esqueci.
Letras por pagar, dívidas que tento dividir, dinheiro a subtrair. Vidas a destruir
Olá Querida! Olá Querido! Ando fugido da estrada e tento esconder-me nas vielas que não me esquecem.
Miséria, Prostituição. Roubo. Eu sei que os fiz! Estou farto e creio que tu também.
Mãe. Pai. Família. Peço perdão. Quebrei os laços que pareciam inquebráveis.
Tudo o que eu quero é que me esqueçam. Tentem e irão conseguir.
Sou um Diabo com cara de Anjo. Este é o nome que a rua me ofereceu. Acredita que é verdade. Pois os amigos conhecem-me como tal.
Mas? Estou zangado. Cansado até. Quero abandonar ar ruas e descobrir que o azul do céu existe. Creio em milagres, mas tento não depender deles.
Cuspo para a sarjeta o pó com gosto ao tempo amarelado, levemente levedado e quimicamente tratado. Ok mais uma vez, mais uma vez que ele virá.
Sussurram aos meus ouvidos nomes que já não existem. Amigos que se perderam no tempo.
Sopro o pó de talco para longe do meu corpo, miséria que mata os amantes de semblante branco.
Pó que não existe! Engano que engoliste.
Tento. Resisto. Vacilo. Desisto.
Continuo a ser o namorado do pó que sopram contra o meu corpo. Agarrado simplesmente ao tempo que tento esquecer
Parto o relógio e para mim o tempo não existe.
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