Hoje o tempo está carrancudo, presságio de chuva.
Mas o vento sopra calor que aquece o coração.
Carnide levanta-se para a cidade.
Para onde vou? O que eu já lá vi?
Interrogações? Se existiram elas partiram.
Voaram no tempo que a noite soprou para longe.
Quero comemorar, ser encantado pela magia da sua inauguração.
As pessoas aguardam a hora e os fantasmas abandonaram o edifício, deixaram-se encantar pela claridade que os afugentou.
O verde e o branco entrou em confronto com o azul que a noite vestiu.
As estrelas enamoram o holofote, lindo piscar de olhos ao céu.
Abro caminho por entre a multidão e refugio-me na minha solidão
O espectáculo desliza por entre os minutos e eu delicio-me com o desenrolar da inauguração.
Por vezes o tempo cria obras. Mas são raras as obras que ficam no tempo
O edifício ilumina o descampado e afasta para longe dele as ervas que teimavam em o cercar.
Ervas figurativas que coloquei para compor o texto
O seu a seu dono reclama o povo.
A autenticidade é a melhor das trupes que o espectador aprecia.
Seguiu-me com o seu olhar e abandonei-o.
Mas tenho a certeza de que será regido com puro Amor.
Porventura será tratado como um diamante que qualquer um de nós poderá usar.
O chã está servido. É um facto. Parabéns pela oferta.
Abandono-o e novamente a estrada é a minha companheira.
E as ruas continuam a caracolar em meu redor, e as estrelas dão agora o colorido ao céu.
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