Hoje o dia ofereceu-me o seu cheiro a primavera
Mas eu sou um fantasma que flutua no caminho
Esta é a verdade! Nua e crua.
Apareço quando estou. E desapareço quando não estou
Com o passar dos anos e lavado pela água que caiu do céu a minha transparecia confunde-se com a água dos oceanos.
Passam os anos e a água deixou de ser azul
Abro os meus braços e perdoo-o a quem me tem ofendido.
As ondas vêm e voltam mais uma vez e a sua espuma desaparece perante os meus olhos.
Batem no cais e torna o piso escorregadio, escorregas e cais.
As gaivotas batem as suas assas sobre o meu Mar de água salgada, voos rasantes, vazantes que fazem escolher os meus braços e render-me ao silencio.
Silencio estúpido que me enche de beijos e ilumina a alma.
Perfumo o meu corpo com a seiva das árvores. Chanel número 12 que a natureza me dá.
Sou feliz e benzido pela sabedoria dos anos. Mas ainda me refugio por baixo dos ramos que a figueira me estende porque será?
Só me sinto entristecido pela certeza de que a água azul um dia em verde de transformará
O vento sopra a brisa e o dia irá adormecer, só depois a noite virá.
Achego-me da vedação que o miradouro me oferece e espreito a beleza que o dia tem.
Bom Norte
Comentários
(Que Primavera tão bonita e simples dita assim)por si.