Hoje fui acordado pela manhã cinzenta.
Despertou-me do meu sonho.
O rio sorriu para mim. E mecanicamente o meu andar cruza o oceano.
A chuva escorre caprichosa sobre o metal que enfeita o meu interior.
Recorda-me a ausência. Sentimento que não consigo esquecer.
Peça a peça ela invade o meu interior.
Os seus braços amparam as minhas memórias. Escorro sobre uma veia solitária que se estende sobre o rio.
Gotas atrás de gota todas me atingem.
A engrenagem chocalha por entre o cabo que o silêncio teima a esticar. Máquina e natureza em harmonia.
A claridade frouxa do dia esconde-se e faz cócegas às nuvens.
E eu confesso que gosto de chuva. Mas escondo a todos este meu prazer
Adoro falar com as figuras distantes que trilham o passeio por baixo de mim.
Figuras humanas sem nada para fazer. Somente lhes resta imaginar.
Especiais personagens que a chuva teima em cumprimentar
As gotas continuam a galgar a minha imaginação
Por favor não parem!
O sonho é que me motiva a avançar.
Parte.
Vai e vem eterno que cruza o meu sonho.
Brinda o ar com o teu som e brilho.
Bom Norte
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