O cobre zangou-se com o ouro.
Mau presságio para a liga!
Vou me despedir com tristeza e deixo amargos de boca.
Sou um pássaro ferido que trauteia o cancioneiro moderno.
Decepcionado com a liga que molda a eterna aliança,
Ignorou o metal laranja lamenta-se a solda à emenda ofendida.
A minha vida gira em torno do seu brilho e moldo a sua recordação numa moldura oca sem peso, baça pelo passar dos anos.
Tenho saudades de um tempo que cure.
Não tenho nada e tenho tudo, esgoto a felicidade que um dia ele me ofereceu.
Dá mais calor ao metal arrefecido e oferece um pingente ao melhor amigo
Dobra e revira o metal.
-Mas primeiro molda o desenho da tua alma na tua roupa.
Grita a prata como louca e cansada de estar tantos anos guardada.
-Não me despreze.
Diz a chorar o coração de filigrana aguardando uma vez mais o metal que o não terminou.
Resta somente o ouro e a prata pois o resto são ilusões que o tempo criou. Tristezas que a felicidade mata.
E parafraseando António Aleixo que anteviu a minha existência.
"BOM sem vaidade é um dom que não se compra a dinheiro
E quem se julga um bom BOM não é um BOM verdadeiro"
Bom Norte
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