" Homenagem a Domingos de Oliveira pelo lançamento de livro Infância de Pedra "
Hoje vi nascer o livro!
Enfrento a vida com as mãos na cintura
Tento aproveitar a minha boa forma.
Lá fora o sol ilumina moderadamente a minha inspiração
Hoje será o meu dia? Obviamente que não!
Encontro-me numa encruzilhada de ideias e remeto as palavras para o lado do silêncio.
Será que finalmente as minhas palavras iram ganhar forma?
Vou escrever sobre áreas complexas da vida.
Sim! Mas para isso digo Adeus.
Ninguém se oporá ao meu discurso.
Enfim um livro só sobre mim.
Com personagens femininas esculpidas com a alma e com a garra de um leão.
Longe da encruzilhada de mistério com que sonhei.
As palavras enfeitam-se profusamente até ao exagero com vírgulas e pontos loucamente colocados ao acaso.
Sou abordado pela manhã que me mostra os minutos que o relógio marca na torre da Igreja.
São poucos os minutos E não sobejam os segundos. 3,2,1,0.
A sensação de orgulho corre-me pelas veias. Não me deixa parar!
Digitar. Digitar. Palavras doseadas em catapulta.
Assisto à oferta e a secura da minha garganta acorda-me para a realidade.
Vagabundeio. Vagabundeio. Sou o fantasma das palavras que não dormem.
Peço clemência. Pois sei que o dia chegará!
Abandono a sala que ficou ilustrada com os papiros das minhas palavras.
Tenta encontrá-las e ficas a imaginar que eu sou louco.
Tenho dias bons e outros menos bons.
Clemência! Ofensa, pó químico, papel amarrotado.
O meu livro está rodeado de cascas de ovos que me ocultam de ti.
E será dissolvido num copo de cristal soprado por um homem sofredor.
Pensamento de gente normal que fantasiará com as visões que nunca terá.
Bom Norte
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