Qual o peso que a vida tem?
E a vida assim me respondeu
Tenho muito. Mas menos que a morte tem
Estou sem tempo, estou sem vida.
Fujo do tempo com medo do relento refugiando-me na penumbra dos dias.
Dias diferentes, dias iguais
O meu cabelo é separado pelo pente metálico que me crava os seus dentes violentamente no meu couro cabeludo.
Vivo a vida que a vida me ofereceu.
Fujo de um tempo que já não é o meu.
Sou um fugitivo sem motivo
Fugitivo que nunca encontrou motivo para tal fuga.
Tenho que parar para pensar. Tenho que adorar a vida, aprender a amar o luar.
Irei comprar pós de prilimpimpim e espalhá-los todos sobre mim.
Espirrar com a alergia que esse pó me provocar.
Chorar. Amar. Desenhar os últimos círculos e oferece-los aos quadrados que circulam ao meu redor.
Talhar o silêncio na mais dura e resinosa madeira que a natureza criou.
Vou ensinar a amar quem nunca amou e vou soltar as lágrimas ao homem que teima em não chorar.
Criar magia num mundo realista, soltar a vista da realidade e lançá-la contra a imaginação.
Ainda não cheguei à conclusão de 2X2 quantos são?
Contei todos os meus dedos das mãos. Mas? Esqueci os meus dedos dos pés.
Bebi água morna, sorvi café engolindo silenciosamente as borras que a vida me deu.
Mas nunca chegarei a encontrar solução, à resposta que a vida me deu.
Estou sem tempo, estou sem vida. Fujo do tempo. Fujo da vida.
Bom Norte
Comentários