Bebo de uma fonte que borbulha loucuras. o meu rosto é banhado pelos clarões da sabedoria.
As suas rugas banham os oceanos cheios de segredos. O silêncio é inquietamente acompanhado pelos seus olhos distantes.
O sol tomba à sua passagem e liberta o dia.
Adora o cheiro dos torrões húmidos. Chapinhar, cheirar os aromas eternos que nos causam alergias.
Saúda o dia que lhe oferece a alegria.
Mas o negrume é vestido pela manhã, acompanha o fumeiro que seca a carne o ano inteiro.
Fiuuuuuuuuu… O vento sacudiu a sua saia.
A sua beleza balanceia ao som da trovoada que lhe fez elevar as mãos.
Ai céu que me castigas!
Ai céu que este corpo não merece!
A minha vida é obtusa, vivo sentindo a força desta alma Lusa.
Amo o morrer do dia. Venero a beleza inspiradora da noite.
Mulher gritante que inunda o solo com a sua sombra gigante.
Dona de terras, Decora a extrema matreira que a avareza marcou na barreira longe dos olhos.
Rega os seus pés secos e os seus dedos vivem inundados pela terra curiosa.
Sente as cócegas que a terra lhe oferece.
Radiosa cor que desfolha o seu sorriso. Tristes serão os avisos que a natureza lhe oferece em troca da sua serventia.
Vida de punição preocupante. Os olhos são os sinos da sua fé
Os sinos tocam e as lágrimas brotam.
Deslizam por entre os talhões. Circulam diplomaticamente por entre a verdura que transforma este mundo num manto de cor verde, cor raptada ao Arco-Íris distante.
Lasciva dama que a lama protege. Senhora indefesa que ninguém a protege.
Ninguém a admite. Mas ela existe. E vive sozinha.
Enrolai o seu carrapito de fios brancos. Volta atrás de volta cabelo lavado no rio e seco ao vento que já não volta.
A Terra tira-lhe a fome e ela sabe que acolhe o corpo do homem que procura dormir eternamente.
A Terra merece receber. Vira-me a cara e benze-se.
Bom Norte
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